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sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Sêneca (4 a.C. - 65 d.C.)


A filosofia é um bom conselho.

A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida.

Nenhum vento sopra a favor de quem não sabe pra onde ir.

A vida, sem uma meta, é completamente vazia.

É preciso dizer a verdade apenas a quem está disposto a ouvi-la.

Dedica-se a esperar o futuro apenas quem não sabe viver o presente.

Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida.

Nada é tão lamentável e nocivo como antecipar desgraças.

O homem que sofre antes de ser necessário, sofre mais que o necessário.

É parte da cura o desejo de ser curado.

Viver significa lutar.

Ninguém chegou a ser sábio por acaso.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Depende só de mim


Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer, antes que o relógio marque meia noite.
É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje.
Posso reclamar porque está chovendo, ou agradecer às águas por lavarem a poluição.
Posso ficar triste por não ter dinheiro, ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício.
Posso reclamar sobre minha saúde, ou dar graças por estar vivo.
Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria, ou posso ser grato por ter nascido.
Posso reclamar por ter que ir trabalhar, ou agradecer por ter trabalho.
Posso sentir tédio com o trabalho doméstico, ou agradecer a Deus.
Posso lamentar decepções com amigos, ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades.
Se as coisas não saíram como planejei, posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar.
O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser.
E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma.
Tudo depende só de mim.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Senso Comum e Atitude Científica


Há uma grande diferença entre nossas certezas cotidianas e o pensamento científico. Nossas opiniões cotidianas formam o senso comum da nossa sociedade, criam certezas que são transmitidas de geração a geração, e muitas vezes, se transformam em crença religiosa, tornando-se uma doutrina inquestionável. Vejamos alguns exemplos:
O Sol é menor do que a Terra, o Sol se move em torno da Terra que permanece imóvel, as cores existem em si mesmas. A família é uma realidade natural criada pela natureza para garantir a sobrevivência humana e para atender à afetividade natural dos humanos, que sentem necessidade de viver juntos.
O conhecimento científico desconfia da veracidade de nossas certezas, de nossa adesão imediata às coisas, da ausência de critica e da falta de curiosidade. Por isso onde vemos fatos e acontecimentos, a atitude cientifica vê problemas e obstáculos, aparências que precisam ser explicadas e, em certos casos, afastadas. Retornemos aos nossos exemplos:
A astronomia demonstra que o Sol é muitas vezes maior do que a Terra e, desde Copérnico, que é a Terra que se move em torno do Sol. A óptica demonstra que as cores são ondas luminosas, obtidas pela refração e reflexão ou decomposição da luz branca. Historiadores e antropólogos mostram que o que entendemos por família (pai, mãe, irmãos, esposa, marido) é uma instituição social recentíssima – data do século XV – e é própria da Europa ocidental, mostram também que não é um fato natural, mas uma criação humana, exigida por condições históricas determinadas.

Características do Senso Comum

Um breve exame dos nossos saberes cotidianos e do senso comum de nossa sociedade revela que possuem algumas características que lhes são próprias:
- são subjetivos, isto é, exprimem sentimentos e opiniões individuais ou de grupos, variando de uma pessoa para outra ou de um grupo para outro, dependendo das condições em que vivemos.
- por serem subjetivos, levam a uma avaliação qualitativa das coisas conforme os efeitos que produzem em nossos órgãos dos sentidos ou conforme os desejos que despertam em nós e o tipo de finalidade ou de uso que lhes atribuímos.
- agrupam-se ou distinguem-se conforme as coisas e os fatos nos pareçam semelhantes ou diferentes.
- são individualizadores, isto é, cada coisa ou cada fato nos parece como um indivíduo distinto dos outros por possuir qualidades que nos afetam de maneira diferente.
- mas são também generalizadores, pois tendem a reunir numa só opinião ou numa só idéia coisas e fatos julgados semelhantes.
- em decorrência das generalizações, tendem a estabelecer relações de causa e efeito entre as coisas ou entre os fatos.
- não se surpreendem nem se admiram com a regularidade, constância, repetição e diferença das coisas, mas, ao contrário, a admiração e o espanto se dirigem para o que é imaginado como único, extraordinário, maravilhoso ou miraculoso.
- pelo mesmo motivo e não por compreenderem o que seja a investigação cientifica, tendem a vê-la quase como magia, considerando que ambas lidam com o misterioso, o oculto, o incompreensível.
- costumam projetar nas coisas ou no mundo sentimentos de angustia e de medo diante do desconhecido.
- por serem subjetivos, generalizadores, expressões de sentimento de medo e angustia e de incompreensão quanto ao trabalho cientifico, nossas certezas cotidianas e o senso comum de nossa sociedade cristalizam-se em preconceitos com os quais passamos a interpretar a realidade que nos cerca e todos os acontecimentos.

Características do pensamento cientifico

Em quase todos os aspectos podemos dizer que o pensamento filosófico-cientifico opõe-se ponto por ponto às características do senso comum:
- é objetivo, pois procura as estruturas universais e necessárias das coisas investigadas.
- é quantitativo, ou seja, busca medidas, padrões, critérios de comparação e de avaliação para coisas que parecem diferentes.
- é homogêneo, isto é, busca as leis gerais de funcionamento dos fenômenos, que são as mesmas para os fatos que nos parecem diferentes.
- é generalizador, pois reúne individualidades sob as mesmas leis, os mesmos padrões ou critérios de medida, mostrando que possuem a mesma estrutura, embora sejam sensorialmente percebidas como diferentes.
- é diferenciador, pois não reúne nem generaliza por semelhanças aparentes, mas distingue entre os que parecem iguais, desde que obedeçam a estruturas diferentes.
- só estabelece relações causais depois de investigar a natureza ou estrutura do fato estudado e suas relações com outros semelhantes e diferentes.
- surpreende-se com a regularidade, a constância, a freqüência, a repetição e a diferença das coisas e procura mostrar que o maravilhoso, o extraordinário ou o milagroso é um caso particular do que é regular, normal, freqüente.
- distingue-se da magia. A atitude cientifica opera um desencantamento do mundo, mostrando que nele não agem forças secretas, mas causas e relações racionais que podem ser conhecidas e que tais conhecimentos podem ser transmitidos a todos.
- afirma que, pelo conhecimento, o homem pode libertar-se do medo e das superstições, deixando de projetá-los no mundo e nos outros.
- procura renovar-se continuamente, evitando a transformação das teorias em doutrinas e destas em preconceitos sociais. O fato cientifico resulta de um trabalho paciente e lento de investigação e de pesquisa racional, aberto a mudanças, não sendo nem um mistério incompreensível nem uma doutrina geral sobre o mundo.
A ciência distingue-se do senso comum porque este é uma opinião baseada em hábitos, preconceitos, tradições cristalizadas, enquanto a primeira baseia-se em pesquisas, investigações metódicas e sistemáticas e na exigência de que as teorias sejam internamente coerentes e digam a verdade sobre a realidade. A ciência é conhecimento que resulta de um trabalho racional.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

O que é lógica?


Lógica é uma parte da filosofia que estuda o fundamento, a estrutura e as expressões humanas do conhecimento.
A lógica foi criada por Aristóteles no século IV a.C. para estudar o pensamento humano e distinguir interferências e argumentos certos e errados.
Aristóteles estabeleceu um conjunto de regras rígidas para que conclusões pudessem ser aceitas como logicamente válidas: o emprego da lógica leva a uma linha de raciocínio baseado em premissas e conclusões.
Por exemplo: se for observado que "todo ser vivo é mortal" (premissa 1), a seguir é constatado que "João é um ser vivo" (premissa 2), como conclusão temos que "João é mortal".
Desde então, a lógica Ocidental, assim chamada, tem sido binária, isto é, uma declaração é falsa ou verdadeira, não podendo ser ao mesmo tempo parcialmente verdadeira e parcialmente falsa. Esta suposição e as leis da identidade (A é A), da não contradição (A não é B), e do terceiro excluído (A é A e não pode ser B) cobrem todas as possibilidades e formam a base do pensamento lógico Ocidental.
A Lógica ao mesmo tempo em que define as leis ideais do pensamento, estabelece as regras do pensamento correto, cujo conjunto constitui uma arte de pensar. E como o raciocínio é a operação intelectual que implica todas as outras operações do espírito, define-se muitas vezes a lógica como a ciência do raciocínio correto. A Lógica é então necessária para tornar o espírito mais penetrante e para ajudá-lo a justificar suas operações recorrendo aos princípios que fundam a sua legitimidade.
Em outras palavras, lógica é arte que nos faz proceder, com ordem, facilmente e sem erro, no ato próprio da razão.