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sexta-feira, 30 de abril de 2010

O Renascimento das ciências e das artes


O período chamado de Renascimento (séculos XIV a XVI) é marcado por uma profunda modificação social, científica, artística, na Europa.
A invenção da imprensa mecânica em 1439 desempenhou um papel fundamental nesta revolução, pois a impressão permitiu maior divulgação de material se comparado aos escritos em latim, que eram compreendidos apenas pelos estudiosos desta língua. A tecnologia começa a se aflorar nos campos da matemática, física, medicina. Nomes como Galileu, Paracelso, Gutenberg, dentre outros, começam a despontar, em razão das descobertas feitas por eles.
É neste contexto cultural que a visão antropocêntrica se instala e influencia todo campo cultural - O Humanismo – visão que propunha exaltar o homem e cultivar suas faculdades (racionalismo), mediante o ensino dos conhecimentos da Antigüidade — ou seja, da cultura greco-latina. O homem transforma-se no novo centro de reflexão intelectual.
Embora no princípio o amor pela Antigüidade se expressasse em cópias das obras antigas, pouco a pouco foram realizadas verdadeiras pesquisas científicas e artísticas que acabaram pondo em xeque toda a ordem estabelecida até então nessas áreas.
O significativo desenvolvimento urbano e comercial (iniciado no século XII) viabilizou a ascensão da burguesia. Daí, o surgimento de grandes patrocinadores culturais, os mecenas, com interesses intelectuais e econômicos.
Esse tipo de incentivo à arte tornou-se prática comum e vários governos valeram-se de artistas e intelectuais para melhorar a própria imagem. A burguesia e a nobreza, classes sociais que despontam no final da Idade Média, passam a dividir o poderio com a Igreja, levando a uma separação de religião e política, que transforma a última em uma ciência e as criticas à decadência moral da Igreja e da corte pontifícia ganham destaque nas obras de diversos autores, levando alguns até mesmo à fogueira.
Com os aparatos tecnológicos que surgiram nesta época (tais como e bússola e a pólvora), a antiga visão do mundo já não atendia mais às exigências e a religião em decadência precisava ser repensada. O mundo acordava de seu sono. O homem clamava pelo domínio sobre a natureza.

terça-feira, 20 de abril de 2010

A Filosofia na Idade Média - parte final

São Tomás de Aquino forneceu a mais completa explicação filosófica desenvolvida até então da relação entre Deus e a humanidade; o seu tenaz intento de conciliar os valores da fé com os valores da razão, retomando uma abordagem aristotélica da filosofia, colocou-o em oposição a duas linhas de pensamento: a tendência místico-platônica – defendida na época pelos Franciscanos – e a crença dos chamados Averroístas que identificavam na doutrina de Aristóteles argumentos incompatíveis com a revelação cristã.
Para Tomás de Aquino, a verdade da fé cristã ultrapassa a capacidade da razão, mas os princípios naturais da razão não podem estar em oposição a esta verdade, pois os princípios que nos advêm por natureza nos foram incutido por Deus, sendo ele o autor da nossa natureza. Logo, a sabedoria divina também possui esses princípios. Assim, o que se opõe a tais princípios se opõe a sabedoria Divina e, portanto, não pode derivar de Deus. Pensar o contrário implica imaginar que Deus tenha intencionalmente enganado o ser humano, dotando-o de uma capacidade, a razão, aparentemente formidável e verdadeira, mas na realidade ilusória e em oposição ao resto da criação.
São Tomás ainda formulou provas lógicas da existência de Deus, explicou como os seres humanos e outras criaturas foram criados por Deus como derivações da perfeição divina, e como poderíamos retornar à unidade com Deus por meio de seu poder de nos assimilar e de nosso desejo por ele. Valendo-se dos conceitos e procedimentos lógicos aristotélicos, fazendo deles muito bem sucedido e influente uso, lança mão do conceito de causalidade de Aristóteles para concluir que tudo possui uma finalidade e essa finalidade está ligada a vontade de Deus. Deus é o primeiro motor de onde surgiram todas as coisas e é também o grande fim para onde todas as coisas se dirigem segundo a Sua vontade.
São Tomás de Aquino via a alma humana como a forma platônica do eu.
A ênfase na lógica aristotélica desencadeou um debate sobre se as idéias existem fora da mente ou se apenas não passam de nomes para as coisas. No final, esse debate trouxe de volta a filosofia ao contato com as coisas materiais e guiou-a para o Renascimento e a abertura para a ciência moderna.